Conheça os 26 filmes curta metragem resultantes da 11ª Oficina de Audiovisual do NUPEPA/IMARGENS
- Ana Carolina Trevisan Camilo
- há 14 horas
- 9 min de leitura

Os 26 filmes produzidos no contexto da 11ª Oficina de Audiovisual do NUPEPA/IMARGENS ‐ ICNOVA/LAPS para a comunidade acadêmica e para a comunidade em geral - tratam de temas como: Cultura e Tradições, Lutas Sociais e Movimentos Populares, Saúde Mental, Histórias Pessoais, Memórias e Reflexões sobre a vida e a sociedade.
A turma desta edição da Oficina foi responsável pela produção de 26 filmes de diferentes temas, gêneros e estilos que totalizaram um recorde de total de minutos de material editado numa mesma edição da oficina: 227 minutos (3 horas e 50 minutos).
Os filmes foram realizados em diferentes estados do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maceió e Pará, este último com quatro produções. Dois filmes foram realizados em outros países como Uruguai, Equador e Portugal.
A oficina ocorreu em 16 encontros de 2 horas e 15 min cada + 36 horas de exercícios práticos (72 horas no total) e integrou o quadro de disciplinas do Programa de Cultura e Extensão da FFLCH-USP, com a supervisão e apoio da Profa. Dra. Fraya Fhrese, atual coordenadora do LAPS-USP.
Tivemos como convidada a Professora e advogada especializada em direitos autorais, Paula Pagliari de Braud, que apresentou o conteúdo de direitos autorais, fundamental para quem produz cinema, música e arte em geral.
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SER MULHER
Este filme documental mergulha no universo feminino através dos depoimentos íntimos de cinco mulheres, que falam de suas experiências com a maternidade, espiritualidade, sexualidade e esperanças para uma vida melhor, revelando as múltiplas facetas de suas jornadas. Em um mosaico de experiências, elas compartilham suas visões e vivências sobre espiritualidade, a força que as guia; sexualidade, em suas diversas formas de expressão e descoberta; trabalho, como ferramenta de empoderamento e realização; esperança, o motor que impulsiona seus passos; e amor, em suas mais profundas e transformadoras manifestações. "SER MULHER" é um convite à reflexão sobre os desafios, as conquistas e as belezas de ser mulher na sociedade contemporânea. Uma celebração da resiliência, da sabedoria e da paixão que reside em cada uma.
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Por todos os caminhos
O filme retrata as percepções de Ádria Santos, uma estudante com deficiência física que utiliza uma cadeira de rodas para se locomover. O roteiro destaca uma reflexão acerca de como os estigmas sociais refletem em sua jornada dentro da universidade, não só dela, mas como de outros alunos com outras deficiências, porém compartilham os mesmos sentimentos (in)visibilidade e como eles (r)existem dentro desse espaço que é a Universidade.
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Cruzamentos, passagens e caminhos
Das raízes dos povos originários e afro à poeira das feiras urbanas, o curta percorre os caminhos da sabedoria das ervas — uma medicina do corpo e da alma. Entre cantos, vozes e gestos, o saber atravessa os tempos: dos camelos de ervas aos vendedores que hoje mantêm viva a tradição popular e sua força mágico-simbólica.
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Sozinha no Escuro
Sozinha em um mundo pós-apocalíptico, Júlia busca refúgio em uma casa isolada. Atormentada por suas memórias e pela solidão, a garota reflete sobre sua existência. Mas será que ela está realmente sozinha?
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VIDA VIVA SOBRE VIVER
A poesia do viver transita entre versos que, ora são calmaria ora são tempestades, e a partir desses versos, a vida se apresenta. Neste documentário poético, quatro cineastas usam imagens e sons para conduzir nosso olhar e revelar a não-ficção da vida cotidiana por meio da poesia do viver, que vai além do simples existir em um mundo marcado por aceleração, isolamento e desconexão.
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Polifonias Ciudadanas
Em cada canto do mundo, a vida cotidiana se revela entre gestos simples e memórias profundas. Este documentário nos aproxima dos rostos, dos ofícios e dos silêncios de pessoas em diferentes territórios, revelando aquilo que muitas vezes passa despercebido. Mas, no meio da rotina, emergem os rituais, os cantos, as danças e as festas: expressões vivas do folclore que rompem o tempo comum e conectam as pessoas à sua terra e à sua história. Um olhar íntimo e poético sobre o cotidiano e o não cotidiano, onde o ancestral e o presente se entrelaçam no mesmo pulsar.
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I Love & Hate NY
O Ensaio I Love & Hate NY é uma visão poética crítica e reflexiva de uma brasileira que conta sobre suas percepções e sensações em uma viagem pelas ruas da cidade de NY no ano de 2025. Nessa descoberta pessoal, ela começa a entender melhor a crise do capitalismo estadunidense, como ele impacta a vida de milhares de pessoas e como isso reverbera dentro dela.
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Até Passar
O documentário Até Passar investiga os impactos emocionais, sociais e estruturais de um dos processos seletivos mais disputados do mundo. Entre rotinas exaustivas de estudo, cobrança familiar, ansiedade e desigualdades educacionais, jovens compartilham suas experiências em meio a um sistema que promete meritocracia, mas frequentemente reproduz exclusões. Um retrato urgente de como o vestibular, mais do que selecionar, sobrecarrega.
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Perversão
Em uma metrópole sufocante e indiferente, um jovem atravessa os dias em silêncio, preso a uma rotina sem sentido. Invisível para o mundo, ele vive no automático até que começa a perceber sinais estranhos: olhares sem rosto, ruídos sutis, uma foto enviada anonimamente. A suspeita se transforma em paranoia, e a paranoia em confirmação. Alguém o observa. Isolado e em espiral, ele tenta escapar da sensação de ser vigiado, mas a cidade se fecha sobre ele. Quando encontra uma câmera apontada diretamente para sua porta, o confronto
se torna inevitável. O que resta a alguém que nunca foi visto, senão encarar o olhar? Perversão é um suspense psicológico sobre vigilância, solidão e o desejo de existir. Mesmo que sob a lente de uma câmera.
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Kãnã Mihay - Cultura Tradicional Pataxó
Saberes Tradicionais Pataxó: professores indígenas transmitindo às novas gerações os saberes ancestrais da farinha de puba, do artesanato e da pesca.
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Aquela coisa sua
Cada uma em seu apartamento, Ângela e Lina buscam no ambiente online novos interesses e algum alívio para o isolamento da pandemia de Covid19. Ao se conhecerem, a curiosidade e a admiração mútua reavivam seu cotidiano, revelando para si próprias quem elas são e o que desejam.
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Memórias do Morro
O filme registra memórias do Morro Grande, território na Zona Norte de São Paulo marcado pelo apagamento da história de uma estrutura cultural abandonada há 4 décadas. O cruzamento de imagens de arquivo, registros dos escombros do imponente cinema e o depoimento coletado de antigos moradores da região, apontam para as contradições carregadas de saudade e projetos de futuro. A luta dos envolvidos na ressignificação dessa área parece residir na memória de um tempo onde a cultura organizava a vida local. Os
fragmentos dessa história se transformam em colagem visual contra o pesadelo da crise urbana.
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Prefiro Lembrar Dela Assim
Entre memórias e imagens guardadas em uma caixa de fotos, um neto reconstrói, com delicadeza e amor, a trajetória de sua avó, Dagmar Calmon. No cruzamento entre lembranças pessoais, registros familiares e referências da cultura brasileira, o curta-metragem “Prefiro Lembrar Dela Assim” transforma o íntimo em coletivo. Um ensaio biográfico sensível sobre afeto, ausência, memória e as diversas formas de contar a história
de alguém. Porque, às vezes, amar também é escolher como lembrar.
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Glória
Em luto profundo após a morte de Glória, sua amada, Fausto sofre de um episódio de declínio da saúde mental e ilusão messiânica após interação com uma IA generativa e com tecnologias de realidade virtual.
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Correspondências, Afetos e Lugares
Cinco olhares, cinco cidades, cinco corpos atravessados por suas paisagens. Este conjunto de vídeos é uma troca sensível entre artistas que partem de suas vivências urbanas para construir correspondências visuais com o que os afeta em seus territórios. São registros que misturam cotidiano, memória e presença, em uma cartografia íntima onde o lugar não é cenário, mas corpo que toca e é tocado. Entre sons, imagens e gestos, os filmes criam pontes entre geografias, tempos e afetos, desenhando um mosaico de experiências que revelam o invisível do viver em cada cidade.
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Cápsulas do tempo
Uma reflexão em imagens e sons sobre o poema A casa fantasma de Mário Quintana.
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De Mãos Dadas, Pela FEIJ!
Em menos de dez minutos, o documentário “De Mãos Dadas, pela FEIJ” visita a sede da Federação Educacional Infanto-Juvenil, em Belém do Pará, revelando como a instituição combina disciplina cívica, esporte e serviço comunitário desde 1949. Entre imagens atuais da rotina — piscina, biblioteca, mutirões de limpeza — e arquivos históricos do fundador Chefe Castelo, o filme mostra depoimentos de feijeanos, ex-membros e que mantêm vivo o lema “Lutar é a nossa glória”, evidenciando o impacto social de 75 anos
de educação cívico-militar e de torr esportiva pioneira na Amazônia Paraense.
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Foram os peixes a inaugurar a linguagem
Entre poéticas, tintas, memórias e sabenças, o documentário poético foram os peixes a inaugurar a linguagem mergulha nas lembranças e resistências das margens do Rio São Francisco para costurar, em imagem e verso, o simbolismo presente no cotidiano dos corpos-territórios do Norte de Minas. A oralidade aqui nasce das bexigas natatórias, revelando que foi com os peixes que tudo começou. A partir do encontro e da confluência
com Amélia, nascida à beira do São Francisco, mapeamos qual espaço significativo o Rio ocupa em suas lembranças. Essa multiplicidade e abrangência de linguagens artísticas baseiam-se no pressuposto contracolonial de que a arte afroindígena não se restringe a fronteiras performáticas: todo mundo escreve, canta, dança, pinta. A pluridiversidade de linguagens tem como objetivo despertar as subjetividades e coletividades adormecidas, almejando confluir inclusive entre as artes e rememorar: a arte é resistência. É existência. É luta.
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FloreSer
Flore Ser é um documentário experimental que convida a uma pausa. Um respiro. Um retorno. Partindo do reconhecimento de que é no processo que a vida se magnifica, este filme é um mergulho poético na Ecologia Profunda e em seus oito princípios — apresentados não como regras, mas como pontes filosóficas para uma nova forma de estar no mundo. Do EGO ao ECO. De uma visão antropocêntrica — em que o ser humano se coloca no topo da cadeia da vida — a uma postura biocêntrica, que reconhece o valor intrínseco de toda forma de existência. A narrativa transita entre imagens sensoriais, reflexões sutis e pulsações da Terra, abordando a Vida, a Natureza, o Ser Humano, as Filosofias de Vida, as Culturas e os Movimentos que apontam caminhos para uma reconexão profunda com o planeta. Ao final, o documentário convida à consciência do “Eu Sou”, fechando com uma pergunta essencial: O que estamos fazendo para que essa mudança aconteça?
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Quando a gente se vê
Entre as águas do cerrado e o sal do litoral, memórias ganham corpo. Um reencontro de amigas revela imagens guardadas, silêncios que dizem muito e perguntas que ainda ecoam: o que fica quando a gente se vê? O que muda e o que permanece? Em Quando a Gente se Vê, o passado não é saudade: é matéria viva.
Feito de arquivos caseiros e afeto pulsante, o filme acompanha quatro meninas que cresceram juntas, e que hoje adolescentes, revisitam o que foram e o que ainda estão se tornando. Entre risos, inquietações e descobertas, emerge um tempo fértil onde ver é reencontrar, reconhecer, lembrar e também imaginar. Um documentário-poema sobre amizade, corpo, liberdade e criação. Crescer, aqui, não é perder-se é florescer em voz própria, contra as imposições do mundo. E quando a gente se vê … a gente se inventa de novo.
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Mensagem Azul
Uma criança em harmonia com um oceano puro, testemunha a sua degradação, marcada pela poluição de plásticos no mar e pela escassez de água, culminando numa pergunta silenciosa sobre a capacidade da humanidade de ouvir os avisos da natureza.
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Da palha ao bagaço
O filme “Da palha ao bagaço” é um ensaio fílmico inspirado nas formulações teóricas da Antropologia da Técnica. Nesse sentido, os processos técnicos contemplados referem-se às dinâmicas de preparação de alimentos próprios de arraiás, comumente realizados entre o período de junho e julho. Para isso foram observadas e analisadas diferentes receitas a partir das espigas de milho, desde a palha até o bagaço. Assim, compreender de que maneira o cereal milho – misturado a outros condimentos com auxílio de utensílios de cozinha ou eletrodomésticos – torna-se o princípio de variados pratos típicos, como curau, pamonha, canjica, bolo de milho e afins. A descrição dos processos técnicos dessas receitas nos guia mediante a preparação e diferenciação desses elementos, bem como a trajetória particular dos indivíduos relacionados e as possibilidades de trajetórias dessas relações (Coupaye, 2017). Isto é, olhar de uma forma diferente os fenômenos já dados em dimensões empíricas.
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Rimas Cabanas
Amazônia vive aos olhos de quem? Amazônia livre aos olhos de quem? Guiadas/es/os por um intenso impulso em criar, artistas do hip hop belenense vivem entre o sonho e a complexa realidade de viver na capital da COP30, que ora se apresenta como refúgio, ora como grilhão. Mesmo que haja um brado sistêmico que ecoa vozes contra suas vivências estas e estes mc’s e poetisas/poetas continuam acreditando que é possível construir uma cidade radicalmente diferente através do rap, do grafite, da/o/e dj e do break. Rimas Cabanas apresenta um diálogo entre Batalha do Crematório, Ground Delxs, Rimas na Veia e Battle Girl Power.
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Vazios
Depoentes contam suas participações em uma investigação acerca do sumiço de corpos em cemitérios de São Paulo.
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O outro lado
Íris e Jynxye, são amigas e parceiras de trabalho, um projeto de animação na startup
PlayGo é o foco delas. Um telefonema e uma reunião online, determinam um imprevisto de uma madrugada a uma tarde caótica, que traz à tona reflexões profundas em suas vidas. Carregadas de conflitos, necessidades particulares e o sonho em comum em suas carreiras, a união dessas mulheres vale mais do que um brainstorm. A narrativa é um recorte sensível da jornada de seus funcionamentos, em uma rotina criativa e a viagem animada das artistas autistas em seus universos.
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Narrativas Fotográficas e Cenários _Desinformação
Foto-documentário em narrativa visual sequenciada por slides. Utiliza registros jornalísticos, redes sociais e arquivos fotográficos para construir uma linha interpretativa sobre três eventos históricos de invasão a símbolos do poder democrático: Capitólio (EUA, 2021), Reichstag (Alemanha, 2020) e Praça dos Três Poderes (Brasil, 2023). O projeto investiga, por meio de imagens e fragmentos midiáticos, como diferentes sociedades lidaram com episódios de ataque às suas instituições democráticas, revelando padrões simbólicos, afetivos e narrativos que atravessam culturas e momentos históricos distintos.
Parabéns a todos os participantes desta edição por todo empenho e pela conclusão desta edição da Oficina!
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